sábado, 17 de dezembro de 2016

ASSINADO PROTOCOLO PARA A CRIAÇÃO DA "PORTOS DO ALGARVE"

Foi com o Auditório do Museu de Portimão repleto de autarcas, empresários e autoridades marítimas que a Ministra do Mar,  o Ministro Adjunto, o Presidente da Associação de Municípios do Algarve e a Presidente da Câmara Municipal de Portimão assinaram o protocolo para a criação da "Portos do Algarve" a entidade que irá gerir os portos e marinas desta região.
Ana Paula Vitorino deslocou-se a Portimão para fazer o anúncio da reversão da fusão das administrações dos portos de Sines e Algarve e para revelar as intenções do Governo relativamente aos portos algarvios. 
Na cerimónia de constituição da Comissão Instaladora da nova entidade «Portos do Algarve», que junta Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), Docapesca e Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) num novo modelo, descentralizado para a região, de gestão das infraestruturas portuárias comerciais e de náutica de recreio do Algarve, Ana Paula Vitorino salientou que «em princípio, aquilo que está previsto, a não ser que haja alteração definida pela região, é que, relativamente a Portimão, seja dado um enfoque muito maior na parte dos cruzeiros. Será uma aposta forte no aumento dos cruzeiros, mais do que triplicando os passageiros, no horizonte até 2030».
Aquilo que a governante classificou como um «investimento fortíssimo» no Porto de Portimão, estará concluído «até 2020» e até já há prazos definidos: «em 2017 e 2018, serão feitos estudos e projectos, e, entre 2019 e 2020, serão feitas as obras».
Apesar dessa forte aposta em Portimão enquanto porto de cruzeiros, esta infraestrutura irá também manter a sua vertente de porto comercial.
As obras no canal de navegação interior, na bacia de manobras, nos cais e terminal do porto de Portimão vão mesmo avançar. Ao todo, serão «quase 20 milhões de euros de investimento, todo ele investimento público, cerca de metade proveniente de fontes nacionais (Porto de Sines) e a outra metade de fundos comunitários, que também já estão garantidos pelo Compete», anunciou ontem, em Portimão, a ministra do Mar
O que se prevê, segundo os dados que ontem foram apresentados, é que o porto de cruzeiros possa receber navios até 272 metros de comprimento máximo, bem como o alargamento do canal de acesso para 230/250 metros, o alargamento da bacia de rotação para 485/500 metros, à cota de -10 m ZH, e ainda intervenções no cais da marinha para garantir dragagens, bem como a criação de duas frentes de cais com 330 e 180 metros.
Ao melhorar as condições de acessibilidade e a capacidade de recepção de navios de carga e de passageiros no Porto de Portimão, estima-se que haja «impactes na economia local e regional» de 17,1% (VAL-E de 22,4 milhões de euros), um aumento de procura em 165 mil passageiros anuais (de 15 mil pessoas actuais para 180 mil em 2030/2035) e um aumento de escalas em 140 por ano, passando assim das 50 escalas actuais para 190 em 2030/2035.
Sobre a divulgação destes dados, somos de opinião que a possibilidade do porto de Portimão receber navios até 272 metros, (muito embora continue a limitar a vinda a este porto dos grande navios de cruzeiros que cada vez mais a industria dos cruzeiros está a construir), irá permitir abrir-se as portas para que outras operadoras que têm navios dentro daquelas dimensões possam integrar o porto de Portimão nos seus itinerários nesta zona do Atlântico, trazendo muitos benefícios económicos para toda esta região algarvia.

fotos: António Silva, L Monteiro
texto:António SIlva/SulInformação

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